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segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O Apocalipse de Nova York



O Apocalipse de Nova York


Com um ataque minuciosamente planejado, terroristas conseguiram ferir o coração do país mais poderoso do planeta: colocaram por terra o símbolo do poder econômico e danificaram parte do Pentágono, em Washington, símbolo do poder militar. Aviões de passageiros, pilotados por homens prontos para morrer e matar, foram transformados em mísseis. Em pouco tempo, no dia onze de setembro deste ano de 2001, as duas torres do World Trade Center, de 411 metros, 110 andares, viraram um montão de detritos. As perdas materiais, avaliadas em algumas dezenas de bilhões de dólares, causaram, obviamente, menos pesar do que a perda de 2.823 seres humanos. Os Estados Unidos assemelham-se agora a um leão ferido que deseja alcançar seus algozes de qualquer modo.
As imagens desse ousado ataque suicida continuarão em nossas retinas; não serão esquecidas tão cedo. Pelo número de vítimas e prejuízos materiais incalculáveis, não há dúvida tratar-se da mais cruel tragédia em tempos de guerra não declarada.
Assistimos pela televisão, em cores e ao vivo, ao desespero de pessoas correndo à frente de grossas nuvens de fumaça e detritos, à procura de um lugar seguro. Alguém gritou: Ó, my God! Alguns garantem que o terror da realidade superou a ficção do terror. Comentaristas políticos, jornalistas, catedráticos e especialistas foram chamados às pressas para fazerem uma avaliação, e todos se mostraram perplexos diante do inusitado. O medo de novos atentados e a sensação de vulnerabilidade mudaram a vida do povo norte-americano.
Um amigo me perguntou: “Esse ataque é o começo do Apocalipse?”
É claro que nenhuma tragédia, nenhum ato terrorista pode ser comparado ao Dia em que Deus derramar seus juízos sobre a Terra. Este planeta vai tremer diante da poderosa mão de Deus. As pessoas nas ruas de Nova York ainda encontraram algum tipo de abrigo, ou puderam se distanciar o mais rápido possível do epicentro da hecatombe. Todavia, no Apocalipse de Deus será diferente; não haverá tempo nem condições para uma fuga.
“Naqueles dias os homens buscarão a morte e não a acharão; desejarão morrer, mas a morte fugirá deles” (Ap 9.6).

Vejamos

O sétimo selo

Digno de reflexão é a “abertura do sétimo selo”, que desencadeia os quatro primeiros julgamentos das trombetas. Vejam:
“Quando o Cordeiro abriu o sétimo selo, houve no céu um silêncio durante cerca de meia hora” (Ap 8.1)
Aquele momento se apresenta tão grave, tão importante e tão sério que se faz necessário um silêncio. O “Cordeiro de Deus”, quando esteve entre nós, trouxe palavras de salvação eterna; a Igreja cumpriu sua missão, mas muitos resolveram resistir à voz do Espírito e continuaram com seus corações endurecidos e tapados seus ouvidos à Palavra. Agora, Jesus não vem para trazer Boas Novas, perdoar pecados, dar vista aos cegos. É a hora dos juízos de Deus.
“E o anjo tomou o incensário, e o encheu do fogo do altar, e o lançou sobre a terra; e houve depois vozes, trovões, e relâmpagos, e terremotos; o primeiro anjo tocou a trombeta, e houve saraiva e fogo misturado com sangue, e foram lançados na terra, que foi queimada na sua terça parte; queimou-se a terça-parte das árvores, e toda a erva verde foi queimada; e o segundo anjo tocou a trombeta, e foi lançada no mar uma coisa como um grande monte ardendo em fogo, e tornou-se sangue a terça parte do mar e morreu a terça parte das criaturas que tinham vida no mar; e perdeu-se a terça parte das naus; e o terceiro anjo tocou a trombeta, e caiu do céu uma grande estrela, ardendo como uma tocha, e caiu sobre a terça parte dos rios e sobre as fontes; e muitos homens morreram porque as águas se tornaram amargas; e o quarto anjo tocou a trombeta, e foi ferida a terça parte do sol, e a terça parte da luz, e a terça parte das estrelas; e o quinto anjo tocou a trombeta, e vi uma estrela que do céu caiu na terra, e foi-lhe dada a chave do poço do abismo, e subiu fumaça do poço, e com a fumaça do poço escureceu-se o sol e o ar” (Ap 8.5-13; 9.1-3).
“E tocou o sexto anjo a trombeta... e foram soltos os quatro anjos que estavam preparados para a hora, e dia, e mês, e ano, a fim de matarem a terça parte dos homens; e os outros homens, que não foram mortos por estas pragas, não se arrependeram das obras de suas mãos, para não adorarem os demônios e os ídolos de ouro, e de prata, e de bronze, e de pedra, e de madeira, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar; e os homens não de arrependeram dos seus homicídios, nem das suas feitiçarias, nem da sua prostituição, nem das suas ladroíces” (Ap 9.13-21).

Passado o momento crítico, o povo norte-americano suplicou: “Deus salve a América”. E Deus responde:
“Eu repreendo e castigo a todos quanto amo; sê, pois, zeloso e arrepende-te” (Ap 3.19).
E, mais objetivo, arremata:
“Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (2 Cr 7.14).

O Refúgio Seguro

Deus é o Senhor da História e deseja que a América realmente se salve. Todavia, Ele está disposto a castigar os rebeldes, como fez com o seu povo, liberto da escravidão do Egito. Os cativeiros na Babilônia e na Assíria foram terríveis, mas serviram de lição. Uma dura lição. Como fez nos tempos de Noé e de Sodoma e Gomorra, Deus poderá mover a sua mão para castigar nações que dele se afastaram “dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios”. Sabe-se que os EUA de há muito se afastaram da pureza do Evangelho. Agora, diante da catástrofe, as igrejas, antes vazias, estão sendo freqüentadas por um povo ávido de encontrar uma resposta para o trágico onze de setembro. Oxalá, esse retorno aos templos seja o prenúncio de uma real e sincera reconciliação com o Senhor. Oxalá, a poderosa América, nesse momento difícil, possa aprender com o salmista:
“Confia no Senhor e faze o bem; habita na terra, e vive tranqüilo; entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e ele tudo fará; deixa a ira, e abandona o furor; não te indignes para fazer o mal, pois os malfeitores serão exterminados; ainda um pouco, e o ímpio não existirá; olharás para o seu lugar, e não aparecerá; a salvação dos justos vem do Senhor; ele é a sua fortaleza no tempo da angústia; o Senhor os ajuda e os livra; ele os livra dos ímpios e os salva, porque nele se refugiam”(Sl 37)

Os homens estão chegando à conclusão de que não existe um único lugar seguro na face da Terra. Se estão dirigindo seus veículos blindados, ou se estão bem “guardados” em suas mansões, com vigilantes, grades de ferro, cães adestrados, cercas elétricas, portas automáticas, espionagem eletrônica, ainda assim são perseguidos, seqüestrados e extorquidos; se estão nos altos edifícios, nas fortalezas de aço, construídas com a mais avançada engenharia, na mais poderosa nação do planeta, não escapam das mãos assassinas. Certamente, afortunados brasileiros já começaram a repensar a decisão de transferir moradia para os Estados Unidos da América, quem sabe Nova York, para escapar da violência em nosso país. As pessoas já estão dizendo que o Brasil é o melhor lugar para se morar. Ou seja, estão dizendo que aqui o medo é menor. Talvez. Mas o salmista assim diz:
“Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará; direi do Senhor: Ele é o meu refúgio e a minha fortaleza” (Sl 91.1-2).
“Se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela” (Sl 127.1)

É tempo de buscarmos ao Senhor. O profeta Isaías adverte:
“Ai dos que descem ao Egito a buscar socorro, que se estribam em cavalos, e têm confiança em carros, porque são muitos, e nos cavaleiros, porque são poderosíssimos, mas não atentam para o Santo de Israel, nem buscam ao Senhor” (Is 31.1).
Confiemos mais em Deus do que em nossas poderosas máquinas de guerra.

Olhos Postos no Senhor

Quando o rei Jeosafá soube que “uma grande multidão” marchava contra ele, a sua primeira providência foi buscar o socorro no Senhor e “apregoar um jejum em todo o Judá”. No seu clamor, Josafá disse:
“Ó Senhor, Deus de nossos pais, não és tu Deus nos céus? Tu dominas sobre todos os reinos dos povos, e na tua mão há força e poder, e não há quem te possa resistir; ó nosso Deus, em nós não há força perante esta grande multidão que vem contra nós. Não sabemos o que fazer, mas os nossos olhos estão postos em ti” (2 Cr 20.2-12).
Prontamente Deus respondeu:
“Não temais, nem vos assusteis por causa desta grande multidão. Pois a peleja não é vossa, mas de Deus” (v.15).

Não há mais homens assim no mundo? Deus não mais ouve, não fala, não resolve? Seria humilhação para o povo norte-americano, ou para qualquer nação - a exemplo daquele rei - apregoar um jejum coletivo e coletivamente buscar a Deus, para que indique a solução e livre a América de novos atentados? Vergonha maior não teria sido o envolvimento de um presidente com uma estagiária, um flagrante adultério de que o mundo inteiro tomou conhecimento? São reflexões necessárias num momento em que muitos países, sob a liderança dos EUA, estão empenhados em erradicar o terrorismo da face da terra. Mera utopia essa a de erradicar o mal do planeta. Não sou pessimista, mas a realidade é que paz verdadeira só haverá nos tempos findos, quando o Senhor Jesus voltar para o reinado milenar (Ap 20.4).
“Ele exercerá o seu juízo sobre as nações e repreenderá a muitos povos; e estes converterão as suas espadas em enxadões e as suas lanças em foices; não levantará espada nação contra nação, nem aprenderão mais a guerrear” (Is 2.4).

Mundo em Guerra

O mundo nunca esteve em completa paz. Após a Segunda Guerra Mundial, as nações beligerantes recolheram suas armas, mas as tensões continuaram com a disputa entre o capitalismo ocidental, tendo os EUA como líder, e o bloco comunista da Europa oriental, liderado pela União Soviética. Essa “guerra fria” se estendeu por mais de 40 anos – de 1945 a 1991 – e provocou momentos de tensão diante da possibilidade de um conflito com uso de armas nucleares. Terminou com a extinção da URSS. Em conseqüência, caiu por terra o vergonhoso muro de Berlim. No tempo da guerra fria não havia paz.
O mundo sempre esteve em guerra, ou preparado para a guerra. Daí os gastos cada vez maiores com armamentos. Vejamos alguns conflitos: guerra Russo-japonesa, de 1904 a 1905; guerra Russo-polonesa, de 1919 a 1920; guerra Sino-japonesa, entre China e Japão, de 1894 a 1895; guerras da Independência, a partir de 1822, para garantir a independência do Brasil; guerras Greco-turcas, entre Grécia e Turquia, em 1897 e 1921-1922; guerras Indo-paquistanesas, entre a Índia e o Paquistão, em 1947; guerras Russo-turcas, no fim do século XVII ao século XIX; guerras Púnicas, série de conflitos entre Roma e Cartago, de 164 a 146 a.C; guerra da Coréia, entre Coréia do Sul, apoiada pelos EUA, e Coréia do Norte e seus aliados comunistas, de 1950 a 1953; guerra da Indochina, de 1945 a 1954, entre a França e Vietnam, Laos, Camboja; guerra da Palestina, entre árabes e judeus, iniciada após a fundação do Estado de Israel, em 1948, e o retorno dos judeus à região; guerras das Malvinas, em 1982, entre a Argentina e o Reino Unido; guerra da Secessão, de 1861 a 1865, nos EUA, entre o governo federal e estados do sul; guerra do Bacalhau na década de 1970, entre a Islândia e a Grã-Bretanha; guerra do Chaco, entre Paraguai e Bolívia, de 1932 a 1935; guerra do Futebol, em 1969, entre Honduras e El Salvador; guerra do Golfo Pérsico, em 1991, Estados Unidos, Arábia Saudita e aliados europeus, contra o Iraque, para libertar o Kuwait, invadido em agosto de 1990 pelas tropas iraquianas; guerra do Paraguai, de 1864 a 1870, entre Paraguai e a aliança Brasil-Argentina-Uruguai; guerra do Vietnam, entre 1961 e 1975, Vietnam do Sul e os EUA contra o Vietnam do Norte, para evitar a unificação do país pelos comunistas; guerra dos Cem anos, de 1337 a 1453, entre França e Inglaterra; guerra dos Dez anos, de 1868 a 1878, entre Espanha e Cuba; guerra das Emboabas, de 1708 a 1710, entre brasileiros e partidários da coroa portuguesa; primeira Guerra mundial, de agosto de 1914 a novembro de 1918, que envolveu muitos países, mas os principais foram os aliados Rússia, França e Reino Unido e mais tarde Estados Unidos, de um lado, e Alemanha, Áustria e Turquia, de outro; segunda Guerra mundial, de 1º de setembro de 1939 até 7 de maio de 1945; as principais nações envolvidas foram, de um lado, Alemanha, Itália e Japão (potências do Eixo) e do outro as potências aliadas França, Reino Unido, Estados Unidos, União Soviética e China.
Essa é uma pequena amostra das guerras oficiais, declaradas, envolvendo nações. Ficam de fora muitos atos terroristas e pequenas escaramuças. A violência urbana, a exemplo do que acontece no Brasil, provoca todos os anos um sem-número de vítimas. Enquanto escrevíamos estas palavras, os EUA e países aliados começaram a bombardear o Afeganistão, em represália ao ataque de 11 de setembro.

Você está preparado?

Jesus afirmou que muitos tomarão a decisão de percorrer o espaçoso caminho que conduz à perdição, e poucos encontrarão o caminho estreito que conduz à vida eterna (Mt 7.13-14). Sobre a Sua vinda, recomendou vigilância:
“Portanto, vigiai, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor; por isso estai vós também apercebidos, porque o Filho do homem há de vir à hora em que não penseis” (Mt 24.36-44).

Esse estado de vigilância não diz respeito somente ao tempo escatológico; impõe-se no tempo presente. Naquela manhã de terror estavam todos preparados para enfrentar a morte? Morreram na esperança de poder vencer a morte? Na esperança de ressurgir num corpo incorruptível, quando o Senhor Jesus vier resgatar a sua Igreja?
Essa é a reflexão que cada um deve fazer: estou preparado? Ainda que uma bala perdida me atinja, ou algum foguete caia sobre minha casa, estarei pronto para viver no céu? Você está em paz com o seu Criador? Ou você é dos que só confiam em carros, máquinas, cavalos e nas aplicações financeiras?

Buscar o Senhor

A tragédia que se abateu sobre a América em nada se compara com os tempos apocalípticos em que Deus executará seus juízos sobre a Terra. Não podemos nem dizer qual a extensão dessas “dores de parto”, se estão no começo, no meio, ou caminhando para o fim. Mas podemos afirmar que Deus não está de braços cruzados, impassível. Os norte-americanos vivem momentos de angústia, ansiedade e terror diante da ameaça de novos ataques, da mesma forma como outros povos em outros lugares e épocas viveram e vivem a aflição da fome, da injustiça e da violência.
Deus ama a América e quer salvar a América, mas é preciso que a América dobre seus joelhos para adorar ao Deus verdadeiro, porque “feliz é a nação cujo Deus é o Senhor” (Sl 33.12). Que a dura lição sirva para um retorno à simplicidade do Evangelho, o Evangelho da cruz, da humildade e do perdão. Somente assim poderemos dizer aos aflitos:
“Não temais, nem vos assusteis por causa desta grande multidão, pois a peleja não é vossa, mas de Deus” (2 Cr 20.15).

Autor: Pr Airton Evangelista da Costa


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