Continuamos a Esperá-lo
A humanidade tem experimentado ultrapassar diversas fronteiras. Os mares e os continentes já foram conquistados. Aventuras no espaço, que pareciam ficção, já se tornaram realidade. A quinquilharia humana já desceu em Marte. Contudo, há uma fronteira que nunca será ultrapassada o futuro. Não podemos adiantar-nos ao tempo e atribuir predicados ao futuro, a não ser aqueles que já estamos plantando.
Muitos procuraram respaldar-se para profetizar que a volta do Senhor ocorrerá em data específica. O que nos chama a atenção é que as Escrituras são enfáticas quanto à impossibilidade de qualquer cristão saber de antemão a data de Sua vinda. "Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai" (Mt 24.36). "Ficai também vós apercebidos, porque, à hora em que não cuidais, o Filho do Homem virá" (Lc 12.40). "Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridade" (At 1.7). (Grifos acrescentados pelo autor). Somente depois de severa decepção alguns têm reconhecido a clareza do aviso bíblico para não se especificar o dia em que se dará esse tão esperado acontecimento.
Uma forte característica das seitas é afirmar datas para a volta do Senhor, para o Armagedom e/ou para qualquer outra referência ao fim do mundo. Contudo, muitos, pertencentes a comunidades bem estabelecidas, sucumbiram diante da fronteira que a Bíblia diz que não devemos ultrapassar. "Irmãos, relativamente aos tempos e às épocas, não há necessidade de que eu vos escreva; pois vós mesmos estais inteirados com precisão de que o dia do Senhor vem como ladrão de noite" (1Ts 5.1,2). Não devemos, em nenhuma hipótese, ultrapassar o que está escrito (1Co 4.6). Guilherme Miller, participante de uma comunidade cristã reconhecida, é um exemplo das pessoas que cometeram o equívoco de anunciar uma data específica para o retorno do Senhor. Por mais de uma década ele pregou, em centenas de igrejas, anunciando a volta do Senhor para 23 de março de 1843 (depois da primeira decepção, o dia foi corrigido para 22 de outubro de 1844, período em que predominavam também as asseverações dos adventistas do sétimo dia). A pregação de Miller, oral e escrita, espalhou-se por grande parte dos Estados Unidos, e por muitos outros países. Quando 22 de outubro passou sem nenhum incidente relevante, Miller sugeriu uma correção. Então outras datas foram sugeridas: primeiro 31 de dezembro de 1844, depois 22 de outubro do mesmo ano. Uma grande decepção ocupou a mente de seus seguidores. Diante disso, foram forjadas visões que viessem a dar novo rumo à predição de 22 de outubro de 1844.
Mesmo fora do círculo cristão existiu grande expectativa quanto ao fim do mundo. O reverendo Alson J. Smith catalogou diversos 'fins do mundo por um fiasco'. Consideremos alguns. O Livro dos Mortos do Egito citou o deus Atom como aquele que tivesse proferido a seguinte ameaça: "Destruirei o que criei, afundarei a terra, e a terra uma vez mais será transformada em água!". Tal fato, de acordo com a profecia desse livro, aconteceria no ano 2000 a.C. Devemos observar, no entanto, que a Palavra de Deus, a Bíblia, diz exatamente o contrário: "Então me lembrarei da minha aliança, firmada entre mim e vós e todos os seres viventes de toda carne; e as águas não mais se tornarão em dilúvio para destruir toda carne" (Gn 9.15).
Na antiga Roma, o oráculo sibilino previu o fim do mundo, contudo, não anteviu data para o desfecho. Em 1954, mais precisamente no mês de maio, houve grande preocupação em Roma, pois o Coliseu apresentou rachaduras. O oráculo sibilino afirma que Roma estará segura enquanto o Coliseu perdurar de pé. Quando o Coliseu cair, não somente Roma, mas também o próprio mundo, desapareceriam. O dia 24 de março foi apontado como o dia fatal. No entanto, como nada aconteceu nessa data, iniciaram-se os reparos no Coliseu.
O hinduísmo ensina que ao fim de cada 'cali', isto é, um período de 4.320.000 anos, o mundo é destruído pelo fogo ou pelo dilúvio, para novamente ser criado. Na antiga religião teutônica (o que seria um território germânico), a chamada sagrada saga do Volospa acha-se repleta de temíveis advertências acerca de uma batalha final.
Vejamos alguns exemplos de datas anunciadas no decorrer da história eclesiástica e predições seculares:
Os primeiros dois séculos do cristianismo caracterizaram-se por uma grande expectativa da volta do Senhor. Gradualmente, as tensões se dissolveram até que, ao avizinhar-se o fim do primeiro milênio, reacenderam-se as expectativas apocalípticas. Por toda a Europa, clero e leigos, mostravam-se confiantes de que o Senhor viria como Juiz, presidindo o juízo final. A segunda vinda foi marcada para 31 de dezembro de 999. Cartas e cumprimentos diários citavam o iminente fim do mundo. Muitos venderam seus bens e deixaram o matrimônio de lado. Peregrinos espalhavam a notícia apontando o pecado. Grandes peregrinações à Jerusalém ocorriam em massa. Outros fugiam para lugares montanhosos. Com o nascimento do ano 1.000 A.D., sem que nada houvesse acontecido conforme tais previsões, a data foi então transferida para o milênio seguinte. A precipitação de anunciar algo que as Escrituras não endossavam seguiu-se de esfriamento de fé, mas de uma fé que também não estava proposta nas Escrituras! Em 1033, os habitantes da Burgúndia, na França, sentiram grande medo, pois o fim do mundo estava predito para aquele ano. A ocorrência de um número incomum de tempestades aumentou a expectativa de um juízo iminente. Lamentavelmente, é difícil aprender pela experiência alheia, e periodicamente as pessoas voltam a cometer os mesmos erros. Um poeta e astrólogo, de nome Anwari, selecionou o mês de setembro de 1186 como a data exata para o fim do mundo. Quais as evidências comprobatórias? Cinco dos maiores planetas haveriam de conjugar-se sob o signo de Libra.
Os primeiros dois séculos do cristianismo caracterizaram-se por uma grande expectativa da volta do Senhor. Gradualmente, as tensões se dissolveram até que, ao avizinhar-se o fim do primeiro milênio, reacenderam-se as expectativas apocalípticas. Por toda a Europa, clero e leigos, mostravam-se confiantes de que o Senhor viria como Juiz, presidindo o juízo final. A segunda vinda foi marcada para 31 de dezembro de 999. Cartas e cumprimentos diários citavam o iminente fim do mundo. Muitos venderam seus bens e deixaram o matrimônio de lado. Peregrinos espalhavam a notícia apontando o pecado. Grandes peregrinações à Jerusalém ocorriam em massa. Outros fugiam para lugares montanhosos. Com o nascimento do ano 1.000 A.D., sem que nada houvesse acontecido conforme tais previsões, a data foi então transferida para o milênio seguinte. A precipitação de anunciar algo que as Escrituras não endossavam seguiu-se de esfriamento de fé, mas de uma fé que também não estava proposta nas Escrituras! Em 1033, os habitantes da Burgúndia, na França, sentiram grande medo, pois o fim do mundo estava predito para aquele ano. A ocorrência de um número incomum de tempestades aumentou a expectativa de um juízo iminente. Lamentavelmente, é difícil aprender pela experiência alheia, e periodicamente as pessoas voltam a cometer os mesmos erros. Um poeta e astrólogo, de nome Anwari, selecionou o mês de setembro de 1186 como a data exata para o fim do mundo. Quais as evidências comprobatórias? Cinco dos maiores planetas haveriam de conjugar-se sob o signo de Libra.
Numa época em que os astrólogos eram tidos na mais alta conta, Johannes Stoeffler, membro do corpo docente da Universidade de Tübingen, na Alemanha, era muito estimado. Em 1499, Stoeffler publicou um livro ao qual deu o nome de "Efemérides", onde declarou que em 20 de fevereiro de 1524 haveria uma gigantesca conjunção de vinte planetas no signo de Peixes, caracterizado pela água, e que isso não podia significar outra coisa senão o fim do mundo mediante um dilúvio. A princípio, essas notícias foram acolhidas com tranqüilidade, porquanto o fim do mundo ainda estava a mais de vinte anos. Contudo, ao aproximar-se o ano de 1524, o nervosismo foi aumentando por toda a Europa. Enquanto a Europa parecia estar à véspera da histeria, entre os teólogos havia controvérsia quanto à ética. "Um crente teria o direito de limitar as dimensões de sua arca, para que comportasse somente os membros de sua própria família?". Ou "estaria um crente justificado se usasse a força para impedir que seus vizinhos imprevidentes invadissem o seu barco particular?".
Um súbito temporal, com muita trovoada e relâmpagos, lançou as multidões no pânico, e estas, por sua vez, lotaram os barcos que estavam no Reno. Durante vários dias continuou chovendo copiosamente, e a histeria popular se avolumou. Uma saraivada, com pedras do tamanho de uvas, começou a cair, e as águas dos rios transbordaram. Um monge, que observava a cena, escreveu: "O povo ficou transido de medo, sem saber para que lado voltar-se, e na incerteza de suas mentes embrutecidas, entregou-se a todas as formas de pecado e bestialidade".
Quando as chuvas cessaram, e os ânimos voltaram-se à sobriedade, viram apenas as atrocidades que cometeram, devido à histeria. Pragas também já foram atalaias do fim do mundo. Em 1665, ano da praga de Londres, muitos pensavam que aquela pestilência dizimadora anunciava o próprio fim do mundo. Um quacre, Salomão Eccles, foi quem deu expressão a esse temor. Vestido apenas por uma tanga de pêlo de cabra, com 1,90m de altura, tendo cabelos e barba longos, entrou na Igreja de Santa Maria, durante uma reunião de domingo pela manhã, gritando: "Ajoelhai-vos todos. Arrependei-vos, pois o fim do mundo está próximo, e o fogo do Senhor haverá de consumir a todos os ímpios". Nas semanas seguintes, o seminu Eccles percorreu a cidade apavorada, pregando que o mundo chegaria ao fim por meio do fogo. A histeria cada vez mais se intensificava. Finalmente, as autoridades lançaram Eccles na masmorra, e a histeria se foi gradualmente aquietando. Mais tarde, Eccles acompanhou Jorge Fox, fundador do quacrismo, até Barbados.
Guilherme Whiston, amigo de Sir Isaac Newton e seu sucessor como professor de geografia astronômica, foi considerado como um dos mais distinguidos cientistas da Inglaterra até 13 de outubro de 1736. Na noite daquele dia, em Londres, perante um grupo de eruditos, ele apresentou alguns modelos em escala do templo e do tabernáculo de Jerusalém, e declarou: "Portanto, amigos, agora já podemos esquecer-nos das especulações da ciência. O período final de todas as coisas está próximo. Dentro de três dias este mundo deixará de existir. Na quinta-feira, pela manhã, aproximadamente às cinco horas da madrugada, aparecerá o cometa sobre o qual eu vos tenho advertido. O Messias será devolvido à terra, a fim de subir a Jerusalém, e, na sexta-feira, o mundo terminará por meio de fogo, terremoto e matança". A reputação do professor Whiston emprestava peso à sua predição e a aparência do firmamento parecia confirmar essa predição, pois, às 5:05 da madrugada da manhã seguinte, surgiu o cometa de Halley, com a sua curva e chamejante. Quando o "último" dia chegou e passou sem maiores acontecimentos, o povo voltou à sua rotina, um tanto atordoado. O professor Whiston foi desligado de seu cargo de professor em Cambridge. Um judeu convertido ao cristianismo na Palestina, de nome José Wolff, predisse a Segunda Vinda de Cristo para o ano de 1847, mas não alcançou atenção relevante. Quando passou o final do ano, Wolff abandonou suas atividades adventistas. Os anabatistas do século 16 criam que o milênio ocorreria em 1533. Margarida Rowan, uma jovem californiana, converteu-se em uma reunião adventista. E logo tornou-se profetiza desse movimento. Nos meses finais de 1924, ela anunciou que o arcanjo Gabriel viera até ela, num sonho, com a finalidade de revelar-lhe que o mundo terminaria em 13 de fevereiro de 1925. Os escolhidos, limitados a 144 mil, se encontrariam com o Senhor na Califórnia, e então seriam arrebatados.
Em 1938, o reverendo Carlos G. Long, pastor da Igreja Remanescente de Deus, teve um sonho estranho, no qual lhe apareceu um quadro-negro ao pé de sua cama, onde fora traçada uma mensagem: "Daniel 12, 1945". O estudo que fez do capítulo citado dava-lhe a idéia de que a Segunda Vinda estaria marcada para as 17h33 do dia 21 de setembro de 1945. Então enviou cartas a todos os principais líderes do mundo. Sete dias antes de 21 de setembro fizeram períodos de doze horas de jejuns, dedicando-se a longas orações. Após a decepção, também houve a tendência de lançar um outro cálculo. Mas ele não pôde mais contar com o apoio de seus seguidores.
Recentemente, uma religião de origem ucraniana, chamada "Grande Fraternidade Branca", predisse que o mundo acabaria em 14 de novembro de 1993. Um radioevangelista norte-americano, Harold Camping, disse que o fim do mundo viria em setembro de 1994. Na República da Coréia, onde a "Missão dos Dias Vindouros" predisse que Cristo voltaria em 28 de outubro de 1992, à meia-noite, esperava-se o arrebatamento. Semelhantemente, nada aconteceu, a não ser uma grande decepção.
Quando, então, ocorrerá a segunda vinda de Cristo? As Escrituras não informam a data de sua vinda, mas os sinais relacionados ao seu retorno (Ver Mt 24). Quando afirmamos que a Bíblia não diz quando dar-se-á esse tão esperando acontecimento, não significa que ela não nos fornece nenhuma fórmula para computarmos dados que forneçam como produto o dia e a hora da vinda de Cristo. Esse é o erro em que caem aqueles que indicam datas, quando as Escrituras afirmam que não nos pertence saber tais detalhes (At 1.6,7). Podemos ver esta verdade nos evangelhos (Mt 24.36; Lc 12.40) e nas cartas pastorais (1Ts 5.1,2). O dia do Senhor é composto de diversos eventos, conforme vemos no livro de Apocalipse, ainda assim não podemos usar esse eventos para marcar ou especificar dia, mês e ano. Mas o dia do Senhor será real (Ap 9.15).
O apóstolo Paulo escreveu: "Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta" (1Co 15.51,52). O que indica que o arrebatamento será ultra-rápido, literalmente num átomo, isto é, numa menor partícula do tempo.
Outro fator que deve ser observado é a decepção que acompanha tais predições. Certamente o Espírito Santo não está envolvido em tais revelações, obviamente porque não se cumpriram e também porque causam decepção nos 'crentes'. Contudo, noutra ocasião, quando o apóstolo Paulo comenta sobre falsos ensinos, escreveu: "E até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós" (1Co 1.19 - RC). Aqueles que sucumbem diante de tais falsos ensinos infelizmente demonstram que seguem líderes humanos, e não a Palavra de Deus. O conselho bíblico para esses alarmes é: "se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo! Ou: Ei-lo ali! Não acrediteis; porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos" (Mt 24.23,24). Quanto aos cristãos, devemos crer nas promessas da Palavra de Deus: "E digo isto a vós outros que conheceis o tempo: já é hora de vos despertardes do sono; porque a nossa salvação está, agora, mais perto do que quando no princípio cremos" (Rm 13.11).
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